quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

ufm, ufm , ufm



O meu corpo não obedece  ao som da minha voz mas sim ao calor do teu corpo.
O contacto entre os nossos lábios, a socialização das nossas línguas, o gosto que deixas na minha pele, chá de maça e canela com mel, queijo com chocolate, o sabor mais doce mesclado com outro tão distinto.  
 Acordar com o cheiro do amanhecer conjugado com o teu perfume, com o doce timbre da tua voz.
No afã da minha pulsação, ela treme contigo, ela se pronúncia! Está louca, diz se ser a expressão ilustrada de amor.
Que a manutenção tem ferrugem, e que os parafusos da instalação cardíaca chiam como uma chaleira ao lume, que as correntes sanguíneas oscilam com a força de um rio! 
Perto da tua respiração eu sou um  instinto, o impulso, o momento em que o sentimento se revela puro e verdadeiro sem controlo sobre ele próprio.
oh como eu te gosto!!

sábado, 1 de fevereiro de 2014

para além de gosto, ética

 para além das almofadas  dos lençóis egípcios , de uma onda infinita de orgasmos e de um chocolate quente, a minha zona de conforto situa-se num vazio, sem lugar ou espaço temporal.
O ponto da situação, uma partícula esvoaçante, tão leve que nem a gravidade a sente, nem pressente qualquer manifestação de vida.
Num meio onde não existe  direcções, regras, explicações ou delimitações, tudo se transforma e surgem novas formas, novos sons, novos silêncios e sensações.
Pois a  verdade é, a construção da conclusão total do meu ser não faz de todo sentido.
Acompanho a transformação dos segundos, da leveza que o tempo é. As minhas revelações de interacção com o suposto mundo real desempenha se em instantes, fracções de segundos que mudaram o rumo do próximo instante.
Inconstante, difuso, todo o aglomerado de pormenores que me constituem o meu espaço mental, ou seja a minha zona de conforto é meramente psicológica.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

-escárnio e vinho

as vezes sabe a pouco, outras parece me demais, por vezes preciso de respirar outras preciso do teu ar, do calafrio, do teu toque após todo o escárnio que me demonstras, e como isso abala o que há dentro de mim.  A chávena de chá continua quente, queimei a língua, não acertei na doze de açúcar, entornei metade, bati com o dedo mindinho do pé esquerdo na cómoda arrumada no canto mais descabido onde podia estar, e contigo é assim, sou a personificação de tudo o que possa transmitir o significado que a palavra  desastre pode conter, a minha pessoa  baloiça, por vezes para norte outras ando tão a sul e esqueço que nem todos se colocam além da lua e habito segundos galácticos entre estrelas e escuridão, pensamentos lunáticos, incompreendido por qualquer terrestre.
e doí.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

oh, oh, oh se céu fosse sempre azul





A personagem que conheci de ti, azulou, talvez nunca tenha existido. Sinto falta do calor das tuas palavras, dos teus gestos meigos e do olhar doce que me cobiçava. O vento tem mais força do que demonstras sentir, eu vibro, eu me incomodo com este vento gélido, mas pareces ir com ele, sem se quer passar por mim. Sou apenas mais uma gota de chuva que te podes molhar, uma insignificante fio de lã no meio de 100 ovelhas, é deste tamanho que fico com as tuas rudes gentilezas. Ando numa corda a cinquenta metros de altura sem rede, e foste tu que me puseste lá, queres dançar o tango desta altura, parece que apenas queres testar o meu equilibro até poderes desfrutar da minha  queda a velocidade da desilusão embatendo no chão.
Elaboras rupturas para me fazer cair, não percebo, se não queres simplesmente transmite me essas cruéis  mas sinceras informações, oh sim, eu gosto muito de ti, tanto que chega a ser demasiado, visto que não me parece ser reciproco, pelo menos não me sinto de tal gosto, de tal prazer.
Sinto me segura, sinto me tua quando me envolves nos teus braços, e como tudo parece tão perfeito quando estou perto de ti, mas as palavras, me faltam, te faltam, um desacordo dialéctico entre nós!

sábado, 9 de novembro de 2013

proceed to party

A brisa deste inverno tão feroz rapta me as palavras , o frio intenso solidifica me os lábios, sinto me incapaz de expressar.
A essência que aspiro ser, um lobo selvagem domesticado, e sim é bom ter um lar, mas a minha fera interior quer fugir.
O controlo animal classificou a minha espécie como perigosa, cortaram me as unhas e ensinaram um numero absurdo de novas regras de etiqueta! Querem me tirar a louca que habita em mim, mas a prol de quem sou  senão apenas essa louca?
Não tenho os segundos organizados, nem lugares predestinados, não predisponho os momentos que  decorrem, não controlo os acontecimentos, esses instantes é que formam a criatura que sou.
As tentações, as atitudes que não é suposto ter, as palavras que não são suposto serem pronunciadas, desafiam me, conspiram contra mim, atentas à espera de um vacilo da minha respiração, de uma falha das minhas inconsistentes certezas.
É que, não sei se estas a perceber, existe em mim uma dualidade enorme, uma guerra que me divide, dentro de mim, eu quero estar quieta mas gosto de me mexer, eu quero me mexer mas gosto de estar quieta, percebes?

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

what if somehow I really do?


Se num gesto de loucura eu aproximasse os meus lábios dos teus e te beijasse?
Se deixa se o meu odor em ti? Se a minha voz te soasse como o som mais doce, que já ouviste?
Se te envolvesse nos meus braços e te apertasse contra mim?
Se te olhasse nos olhos e esvaziasse a tua mente ocupando-a unicamente com o meu nome, o meu sorriso? Se te prometesse o mundo, o sempre e o arco-íris depois da tempestade?
E se eu simplesmente te ignora-se?
Talvez depois de todas estas situações conhecesses o estado de loucura a que me levaste e  temesses a lucidez que me roubaste.

sábado, 26 de outubro de 2013

alias era mais bonito.



a existência do meu ser não faz de todo sentido, e é algo como desnecessária.
O meu corpo lançado numa via rápida, no tempo em que eu assimilasse a dor, a cor da velocidade e o vento bruto da passagem de um carro contra mim e fosse um fim, construía a minha ultima memória nesse preciso instante e o meu empecilho de ser deixaria de existir, ficariam bem.
Podia ser neste exacto momento, acho que daria uma contribuição maior não contribuindo, alias nem sequer existindo.
As palavras são me dirigidas como tiros, e todas as vozes me apontam algo, como se nada em mim estivesse correcto, apercebendo me assim da incapacitada que sou, deveria morrer.
É a solução mais simples e lógica que me faz crer no sentido de algo.
Ou morrer no mar, coexistir o meu ultimo instante em harmonia e embebida na natureza, talvez o faça.
São estes os meus pensamentos mais sombrios e os meus desejos mais secretos...desculpa por aquilo que sou e não deveria ser, aquilo que deveria ser e não sou.