domingo, 31 de julho de 2011

Summer lovers


Os grãos de areia escapam entre as folgas dos dedos, como os pequenos minutos do tempo que tento conservar e prender em mim.
Mas ninguém é dono do tempo, ele é filho da liberdade, tirou doutoramento e abriu hospital para alma, os tratamentos são de longo prazo e o que a memória não esquece o coração sabe.
Devo ao tempo, o tempo que não acordei, o tempo que me dediquei a um jogo sem oportunidade de ganhar, o tempo que construí um desafio, um quebra-cabeças sem solução, o tempo de gritos mudos, o tempo de ouvir fiquei surda, o tempo que fiquei baloiçando com a corda bamba, o tempo que fiquei a criar conflito por a alma ser pequena, o tempo que pensei que o queria era o que precisava... Devo ao tempo o tempo de caprichos!

sábado, 23 de julho de 2011

"DISTANCE SUCKS, my room is so far from kitchen!"

Um momento fotográfico capta um segundo , capta um sorriso de um riso, uma lágrima de um choro, um abraço de uma despedida, um salto antes de uma queda, o gesticular da boca sobre uma palavra de uma conversa.
Capta as particularidades, e guarda em memórias registadas em papel ou suporte digital aquilo que gostamos de recordar, e sentimos falta.
A fotografia tem em si o eterno, o momento que captou ficou conservado em tinta e papel plastificado.
Em tempos estive envolvida nos teus braços, e já não estou mas nesta fotografia onde nos encontramos encaixados está guardado um abraço eterno, como nas minhas memórias mais dóceis sobre ti.
Mas meu querido, são só memórias, não me seles em rolos fotográficos, se a maquina já está morta em bateria, não rodes mais as mesmas fotografias.
Não primas o botão neste quarto escuro se o vais fazer sem flash.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

um dó li tá, e tu não estás cá.


Beijar-te debaixo da chuva, ou durante um longo banho a dois, e sentir as gotas de água entre os nossos lábios e entre o teu toque na minha pele.
Assistir ao pôr-do-sol rodeada do aperto dos teus braços, sentido as caricias da tua mão.
Rolar numa colina de areia até ao bater das ondas nos nossos corpos sobrepostos.
Ainda há tanto para partilhar, e o tempo corre, num jogo de esconde-esconde entre a lua e sol, o mar encontrou a lua, e o sol recorre as suas cúmplices, mas as nuvens safadas fogem e deixam no há mercê de quem o avistar.
Usam os fusos horários para fugirem um do outro mas inevitavelmente eles vêem se afinal ambos partilham o mesmo espaço, a mesma galáxia.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Meu lindinho, e fofinho


Sim eu gosto de si, mas a minha resistência e as minhas aptidões físicas são as piores já vistas, e a minha persistência é coisa inexistente, eu sou uma incompetente, e não vou correr atrás de ti.
Sou incapaz de te entender, poderia tirar doutoramento em psicologia que ainda assim permanecerias uma incógnita! O céu parece me azulado, a faca do queijo desapareceu, a janela está aberta e o vento sopra contra as cortinas e eu meu querido gosto de ti!

domingo, 10 de julho de 2011

Qual é o maior fã do Pinóquio? O Voldemort.

Sinceramente, não tenho nada para escrever, nenhum sentimento para expressar, nenhuma queixa, nem nenhum agradecimento, nenhuma insegurança nem nenhuma certeza!
Porque simplesmente não estás, vamos te tratar por sol, está a ocorrer um longo eclipse e tu escondes-te atrás da lua!
O dia não tá escuro, nem iluminado, está meio cinzento.
Eu diria até que o aborrecimento poderia ocupar o lugar da lua.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

I don't give a fuck!


O monstro da ressaca vive dentro de mim.
Este monstro vive há demasiado tempo e os estragos que faz por sobrecarregar o meu corpo com a sua existência são irreparáveis.
O monstro sente uma necessidade quase mortal de se alimentar da droga que lhe deu vida em primeiro lugar. Uma droga tão intensa que todas as forças que consegue retirar de mim utiliza na perseguição dessa droga.
Mas para compensar a falta dessa droga ele corroí e trinca ferozmente todo o meu corpo por dentro.
Bebe os globos de sangue ao coração, e come de garfo e faca o meu cérebro, e com ele devora a racionalidade em mim, e trinca com gosto todos os outros órgãos.
Ele habita há demasiado tempo dentro de mim, sinto-me fraca, sinto-me nauseada, mal-disposta, cansada, sinto-me doente!
E choro quando a noite traz a lua e a única voz que se ouve é o meu pensamento eu choro. Porque a droga que apela ao monstro da ressaca a vontade de se agarrar à vida és tu!
A culpa é do sabor dos teus lábios, da ternura do teu toque, do teu cheiro, do som da tua gargalhada que despertam me vontade de sonhar e ele absorve todos os sonhos e as forças que contenho neles, e sobrevive!
Estou doente de ti!