Quando a explicação da relva ser verde, era porque a relva tinha inveja do sol por estar lá no alto, e por isso existem as flores e as árvores, são as tentativas da relva chegar ao céu.
Quando corria sem razão e gritava para chamar atenção, quando tudo o que dizia e fazia era engraçado perante os mais crescidos.
Quando tudo fazia sentido só porque sim, quando tentava fazer palavras com as letrinhas da canja que a minha mãe insistia para eu comer.
Quando os medos se resumiam ao escuro, ao papão e sentia segura só por estar agarrada á perna da minha mãe.
Quando um dedo dos meus pais preenchia a minha mão.
Quando não havia preocupações e o sorriso era fácil de se ter, quando alegria era constante e único problema era escolher qual boneca a mais bonita.
Quando pintava com as mãos e não precisava de papel, e utilizava a parede como tela.
Quando a ingenuidade era tanta que achava que única coisa má que existia era o papão.
Quando vivia no conto de fadas.
Agora, agora nada faz sentido...
Não percebo as pessoas, não percebo o porque de tudo, o porque da fome, o porque da poluição, o porque deste mundo estar a morrer aos poucos, o porque de toda minha vida, o porque de eu ter crescido se não o queria! E o porque de não poder ser tudo simplificado como fazia em criança!
Agora as pessoas são o papão e tudo está escuro!
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