A angustia e somente ela, engoli-o a minha alma por inteiro.
A minha insignificante parte incorpórea é como uma pequena pena, que paira ao sabor do vento à procura de um embalar caloroso no abrigo de um abraço eterno.
Sinto me tão perdida, vagueio pela calçada gelada da noite, com os pés despidos, o nudismo de cada dedo decalca lentamente por onde passo.
Não sinto a dor das vidraças espalhadas pela calçada que se unem à planta do meu pé como se fossem um só.
Um rasto de sangue e silencio me persegue.
Sinto me como um monte de brilhantes nas mãos de uma criança de cinco anos, que assopra e espalha cada partícula de mim, brilhando e perdendo se no vento cada parte de mim. Sacudindo uma mão na outra e o que sobreviveu à ventoinha artesanal infantil é agora desfeito numa fricção de mãos.
PUFF, desapareci! Sou um simples pedaço de carne deambulando por ai, porque a alma, essa, não sobreviveu.
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